Onde está guardado tudo o que somos?
A psicanálise reconhece que grande parte do que somos não está posto à luz da nossa consciência, mas guardado profundamente. O método da terapia psicanalítica se preocupa em reconhecer conteúdos inconscientes que surgem por meio da fala durante as sessões, uma técnica conhecida como “livre associação de ideias“.
Interpretamos, elaboramos, acolhemos: memórias, ideias, padrões, emoções. É neste processo terapêutico de “reconhecer” para nos “conhecer” que podemos aliviar angústias e mágoas, compreender medos e construir confiança ao nos aproximarmos mais do que é potente e desejante em nós.
A psicanálise se difere de outras práticas psicoterapêuticas na medida em que se orienta a partir da teoria do inconsciente, inicialmente desenvolvida por Freud e posteriormente aprofundada e difundida por importantes nomes da psicanálise como: Jacques Lacan, Sándor Ferenczi, Alfred Bion, Anna Freud, Donald Winnicott e Melanie Klein. A teoria do inconsciente compreende que muitas memórias e sentimentos são reprimidos por estarem atrelados a momentos e desejos traumáticos, frutos do desenvolvimento da nossa própria individualidade que envolve desejos conflitantes e proibidos, e que, por isso, são afastados da consciência por uma série de mecanismos de defesa da psique.
Neste confronto entre o que pulsa para sair e o que se esforça para calar, sintomas diversos podem ser produzidos como forma de “aliviar a pressão” do que está reprimido, se manifestando como padrões de comportamento e pensamentos que prejudicam nossa vida em seus diversos aspectos e ambientes, gerando sofrimento.
A abordagem psicanalítica procura dar vasão e sentido aos conteúdos reprimidos percebidos pela psique como ameaçadores, dentro de um ambiente apropriado e por meio da pessoa do analista que se prontifica a receber e perceber estes conteúdos, analisando-os e elaborando-os junto com o paciente em sua jornada de autoconhecimento e realização.
©2025. Rafael Sasso - Psicanalista. Todos os Direitos Reservados.